terça-feira, 31 de agosto de 2010

A ORDEM DE MOLAY

Historiografia da Ordem DeMolay

Os Templários

      No início de 1100, Hugo de Paynes e mais oito cavaleiros franceses, abrasados pelo fervor religioso e movidos pelo espírito de aventura tão comum aos nobres que buscavam nas Cruzadas, nos combates aos muçulmanos a glória dos atos de bravura e a consagração da impavidez, abalaram rumo à Palestina levando no peito a cruz de Cristo e na alma um sonho de amor. Eram os Gouvains do Cristianismo, que se constituiam fiadores da fé, disputando as relíquias sagradas que os fanáticos do Crescente retinham e profanavam.

Reinava em Jerusalém Balduíno II que os acolheu e lhes destinou um velho palácio junto ao planalto do Monte Moriah, onde os montões de escombros assinalavam as ruínas de um grande Templo. Seriam as ruínas do GRANDE TEMPLO DE SALOMÃO, o mais famoso santuário do XI século antes de Cristo. Destruído pelos caldeus e reconstruído por Zorobabel, fora ampliado por Herodes em 18 antes de Cristo e, finalmente, arrasado pelas legiões romanas chefiadas por Tito, na tomada de Jerusalém. Os "Pobres Cavaleiros de Cristo" atraídos pela sensação do mistério que pairava sobre as veneradas ruínas, não tardou para que descobrissem a entrada secreta que conduzia ao labirinto subterrâneo só conhecido pelos iniciados nos mistérios da Cabala. E entraram. Uma extensa galeria conduziu-os atéuma porta chapeada de ouro por detrás da qual devia estar o maior Segredo da Humanidade. Pararam... Encimando a porta uma inscrição em caracteres hebraicos prevenia os profanos contra os impulsos da ousadia: SE É MERA CURIOSIDADE QUE AQUI TE CONDUZ, DESISTE E VOLTA; SE PERSISTIRES EM CONHECER O MISTÉRIO DA EXISTÊNCIA, FAZ O TEU TESTAMENTO E DESPEDE-SE DO MUNDO DOS VIVOS.

Pálidos, os cavaleiros entreolharam-se, e pela primeira vez em suas vidas sentiram medo e desistiram. Pois não era a mera curiosidade que ali os conduzira?... Os "infiéis do Crescente" eram seres vivos e contra eles a cruz e a espada realizavam prodígios de valentia. Ali dentro, porém, não era a vida que palpitava, e sim os aspectos da Morte. Voltaram. Os reencontros sangrentos com os islamitas tornara-os insensíveis ao medo, e num certo dia estimulados pelo desejo de conhecer a Criação que a grande porta de ouro lhes ocultava, entraram novamente a galeria dispostos a baterem-se com a própria morte. Hugo de Paynes, afoito, bateu com o punho da espada e bradou com voz estentórica: - EM NOME DE CRISTO, ABRI!! E o eco das suas palavras repercutindo pelo emaranhado labirinto respondeu : EM NOME DE CRISTO...enquanto a porta, rangeu os gonzos e escancarou aos olhos vidrados dos cavaleiros um gigantesco recinto ornado de figuras bizarras, delicadas umas e monstruosas outras, tendo ao Nascente um grande trono recamado de sedas e por cima um triângulo equilátero em cujo centro em letras hebraicas marcadas a fogo se lia o TETRAGRAMA YOD.

Junto aos degraus do trono e sobre um altar de alabastro, estava a "LEI" cuja cópia, séculos mais tarde, um Cavaleiro Templário em Portugal, devia revelar à hora da morte, no momento preciso em que na Borgonha e na Toscana se descobriam os cofres contendo os documentos secretos que "comprovavam" a heresia dos Templários. A "Lei Sagrada" era a verdade de Jahveh transmitida ao patriarca Abraão. A par da Verdade divina vinha depois a revelação Teosófica e Teogâmica a KABBALAH. Extasiados diante da majestade severa dos símbolos, os nove cavaleiros, futuros Templários, ajoelharam e elevaram os olhos ao alto.

Na sua frente, o grande Triângulo, tendo ao centro a inicial do princípio gerador, espírito animador de todas as coisas e símbolo da regeneração humana, parece convidá-los à reflexão sobre o significado profundo que irradia dos seus ângulos. Ele éo emblema da Força Criadora e da Matéria Cósmica. Éa Tríade que representa a Alma Solar, a Alma do Mundo e a Vida. éa Unidade Perfeita.

Um raio de Luz intensa ilumina então àqueles espíritos obscecados pela idéia da luta, devotados à supressão da vida de seres humanos que não comungam os mesmos princípios religiosos que os levou à Terra Santa. Ali estão representadas as Trinta e Duas Vidas da Sabedoria que a Kabbalah exprime em fórmulas herméticas, e que a Sepher Jetzira propõe ao entendimento humano.

Simbolizando o Absoluto, o Triângulo representa o Infinito, Corpo, Alma, e Espírito. Fogo Luz e Vida. Uma nova concepção que pouco a pouco dilui e destrói a teoria exclusivista da discriminação das divindades se apossa daqueles espíritos atéentão mergulhados em ódios religiosos e os conclama à Tolerância, ao Amor e a Fratenidade entre todos os seres humanos. A Teosofia da Kabbalah exposta sobre o Altar de alabastro onde os iniciados prestavam juramento dá aos Pobres Cavaleiros de Cristo a chave interpretativa das figuras que adornam as paredes do Templo.

Na mudez estática daqueles símbolos há uma alma que palpita e convida ao recolhimento. Abalados na sua crença de um Deus feroz e sanguinário, os futuros Templários entreolham-se e perguntam-se: SE TODOS OS SERES HUMANOS PROVÊM DE DEUS QUE OS FEZ À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA, COMO COMPREENDER QUE OS HOMENS SE MATEM MUTUAMENTE EM NOME DE VÁRIOS DEUSES? COM QUEM ESTÁ A VERDADE?

Entre as figuras mais bizarras que adornavam o majestoso Templo, uma em especial chamara a atenção de Hugo de Paynes e de seus oito companheiros. Na testa ampla, um facho luminoso parecia irradiar inteligência; e no peito uma cruz sangrando acariciava no cruzamento dos braços uma Rosa, encantadora. A cruz era o símbolo da imortalidade; a rosa o símbolo do princípio feminino. A reunião dos dois símbolos era a idéia da Criação. E foi essa figura monstruosa, e atraente que os nove cavaleiros elegeram para emblema de suas futuras cruzadas.

Quando em 1128 se apresentou ante o Concílio de Troyes, Hugo de Paynes, primeiro Grão-Mestre da Ordem dos Cavaleiros do Templo, já a concepção dos Templários acerca da idéia de Deus não era muito católica. A divisa inscrita no estandarte negro da Ordem "Non nobis, Domine, sed nomini tuo ad Gloria" não era uma sujeição à Igreja mas uma referência a inicial que no centro do Triângulo simbolizava a unidade perfeita: YOD. Cavaleiros francos, normandos, germânicos, portugueses e italianos acudiram a engrossar as fileiras da Ordem que dentro em pouco se convertia na mais poderosa Ordem do século XII. Mas a Ordem tornara-se tão opulenta de riquezas, tão influente nos domínios da cristandade que o Rei de França Felipe o Belo decretou ao Papa para expedir uma Bula confiscando todas suas riquezas e enviar seus Cavaleiros para as "Santas" fogueiras da Inquisição.

Felipe estava atento. E não o preocupava as interpretações heréticas, o gnosticismo. Não foram portanto, a mistagogia que geraram a cólera do Rei de França e deram causa ao monstruoso processo contra os Templários. Foi a rapacidade de um monarca falido para quem a religião era um meio e a riqueza um fim.

Malograda a posse da Palestina pelos Cruzados, pelo retraimento da Europa Cristã e pela supremacia dos turcos muçulmanos, os Templários regressam ao Ocidente aureolados pela glória obtidas nas batalhas de Ascalão, Tiberíade e Mansorah. Essas batalhas, se não consolidaram o domínio dos Cristãos na Terra Santa, provocaram, contudo, a admiração das aguerridas hostes do Islam (muçulmanos), influindo sobre a moral dos Mouros que ocupavam parte da Espanha. Iniciam entre os Templários o culto de um gnosticismo eclético que admite e harmoniza os princípios de várias religiões, conciliando o politeísmo em sua essência com os mistérios mais profundos do cristianismo.

São instituídas regras iniciáticas que se estendem por sete graus, que vieram a ser adotados pela Franco Maçonaria Universal (três elementares, três filosóficos e um cabalístico), denominados "Adepto", "Companheiro", "Mestre Perfeito", "Cavaleiro da Cruz", "Intendente da Caverna Sagrada", "Cavaleiro do Oriente"e "Grande Pontífice da Montanha Sagrada". A Caverna Sagrada era o lugar Santo onde se reuniam os cavaleiros iniciados. Tinha a forma de um quadrilátero (quadrado) perfeito. O ORIENTE representava a Primavera, o Ar, Infância e a Madrugada.O MEIO DIA (Sul), o Estio, o Fogo e a Idade adulta. O OCIDENTE, o Outono, a Água, o Anoitecer. O NORTE, a Terra, o Inverno, a Noite.

Eram as quatro fases da existência. O Fogo no MEIO DIA simbolizava a verdadeira iniciação, a regeneração, a renovação, a chama que consumia todas as misérias humanas e das cinzas, purificadas, retirava uma nova matéria isenta de impurezas e imperfeições. No ORIENTE, o Ar da Madrugada vivificando a nova matéria, dava-lhe o clima da Primavera em que a Natureza desabrochava em florações luxuriantes, magníficas acariciando a Infância. Vinha depois o OUTONO, o Anoitecer, o amortecer da vida, a que a Água no OCIDENTE alimentava os últimos vestígios desta existência. O NORTE, marca o ocaso da Vida. A Terra varrida pelas tempestades e cobertas pela neve que desolam e que matam, éo Inverno que imobiliza, que entorpece e que conduz à Noite caliginosa e fria a que não resiste a debilidade física, a que sucumbe a fragilidade humana. E éno contraste entre o Norte e o Meio Dia que os Templários baseiam o seu esoterismo, alertando os iniciados da existência de uma segunda vida.

Nada se perde: Tudo se Transforma. ...Vai ser iniciado um "Cavaleiro da Cruz". O Grande Pontífice da Montanha Sagrada empunha a Espada da Sabedoria, e toma lugar no Oriente. Ao centro do Templo, um pedestal que se elevapor três degraus, está a grande estátua de Baphomet, símbolo da reunião de todas as forças e de todos os princípios (Masculino e Feminino, A Luz e as Trevas, etc...) como no Livro da Criação, a Sepher-Jetzira Livro mor da Cabala. No peito amplo da estranha e colossal figura, a Cruz, sangrando,imprime à Rosa Branca um róseo alaranjado que pouco a poco toma a cor de sangue. Éa vida que brota da união dos princípios opostos. Por cima da Cruz, a letra "G". O iniciado, Mestre Perfeito, já conhece muito bem o significado dessa letra que na mudez relativa desafia a que a interpretação na sua nova posição, junto ao Tríplice Falus, na sua junção com a Rosa-Cruz mística. "A Catequese Cristã éapenas, como o leite materno, uma primeira alimentação da Alma; o sólido banquete éa Contemplação dos Iniciados, carne e sangue do Verbo, a compreensão do Poder e da Quintessência divina." "O Gnóstico éa Verdadeira Iniciação; e a Gnose éa firme compreensão da Verdade Universal que, por meio de razões invariáveis nos leva ao conecimento da Causa..." "Não éa Fé, mas sim a Féunida as Ciências, a que sabe discernir a verdadeira da falsa doutrina.

Fiéis são os que apenas literalmente crêem nas escrituras. Gnósticos, são os que, profundando-lhes o sentido interior, conhecem a verdade inteira." "Só o Gnóstico épor essência, piedoso." "O homem não adquire a verdadeira sabedoria senão quando escuta os conselhos duma voz profética que lhe revela a maneira porqur foi, é, e será tudo quanto existe." O Gnosticismo dos Templários éuma nova mística que ilumina os Evangelhos e os interpreta à Luz da Razão Humana. O Mestre Perfeito entra de olhos vendados, até chegar ao pedestal de Baphomet.

Ajoelha e faz sua prece: "Grande Arquiteto do Universo Infinito, que lês em nossos corações, que conheces os nossos pensamentos mais íntimos, que nos dá o livre arbítrio para que escolhamos entre a estrada da Luz e das Trevas." "Recebe a minha prece e ilumina a minha alma para que não caia no erro, para que não desagrade à vossa soberana vontade" "Guiai-me pelo caminho da Virtude e fazei de mim um ser útil à Humanidade". Acabada a prece, o candidato levanta-se e aguarda as provas rituais que hão de conduzí-lo a meta da Verdade.

...O GRANDE PONTÍFICE TEMPLÁRIO interroga o candidato a "Cavaleiro da Cruz"em tom afetivo e paternal: "Meu Irmão, a nossa Ordem nasceu e cresceu para corrigir toda espécie de imperfeição humana". "A nossa consciência éque éo juiz das nossas ações. A ignorância éo verdadeiro pecado. O inferno éuma hipótese, o céu uma esperança". "Chegou o momento de trocarmos as arma homicidas pelos instrumentos da Paz entre os Homens. A missão do Cavaleiro da Cruz éamar ao próximo como a si mesmo. As guerras de religião são monstruosidades causadas pela ignorância, geradas pelo fanatismo. As energias ativas devemos orientá-las no sentido do Amor e da Beleza; mas não se edifica uma obra de linhas esbeltas sem um sentimento estético apolíneo que só se adquire pelo estudo que conduz ao aperfeiçoamento moral e espiritual". "O homem precisa Crer em algo.

Os primitivos cultuavam os Manes. Os Manes eram as almas humanas desprendidas pela morte da matéria e que continuavam em uma nova vida". "Onde iriam os primitivos beber a idéia da alma? Repondei-me, se sois um Mestre Perfeito Templário". "- Nos fenômenos psíquicos que propiciam aparições, nas ilações tiradas dos sonhos, e na percepção". "-Acreditais que os mortos se podem manifestar aos vivos?" "- Sim. Acredito que a Alma liberta do invólucro físico sobe a um plano superior, se sublima, e volve ao mundo para rever os que lhe são simpáticos, segundo a lei das afinidades". "- Acreditais na ressurreição física de Cristo?" "- Não." "- Acreditais na Metempsicose (Lei de Transmigração das Almas)?" "- Sim. A semelhança das ações, dos sentimentos, dos gestos e das atitudes que podemos observar em determinados seres não resultam apenas da educação mas da transmigração das almas. Essa transmigração não se opera em razão hereditária". "- Acreditai que a morte legal absolve o assassino? Que o Soldado não éresponsável pelo sangue que derrama"? "- Não acredito". " - Atentai agora nas palavras do Cavaleiro do Ocidente que vos dirá os sentidos que imprimimos no ao Grau de Cavaleiro da Cruz".

"A Ordem do Templo criou uma doutrina e adquiriu uma noção da moral humana que nem sempre se harmoniza com as concepções teológicas cristãs apresentadas como verdades indiscutíveis. Por isso nos encontramos aqui, em caráter secreto, para nos concentrarmos nos estudos transcendentes por meio do qual chegaremos à Verdadeira Harmonia." "As boas obras dependem das boas inclinações da vontade que nos pode conduzir à realização das boas ações. A intuição éque leva os homens a empreender as boas ações.

Quando o Grande Pontífice vos falou do culto dos primitivos, ele definiu a existência de uma intuição comum a todos os seres humanos." "Assim como por detrás das crenças dos Atlantes havia a intuição que indicava a existência de um Ser Supremo, o Grande Arquiteto responsável pela construção do Universo, também existia nesses povos um sentimento inato do Bem e do Belo, e um instinto de justiça que era a base de sua Moral." "A Ciência nos deu meios de podermos aperfeiçoar a Moral dos antigos, mas a inteligência nos diz que além da Ciência existe a Harmonia Divina". "Das ações humanas, segundo Platão, deverá o homem passar à Sabedoria para lhe contemplar a Beleza; e, lançado nesse oceano,procriará com uma inesgotávelfecundidade as melhores idéias filosóficas, atéque forte e firme seu espírito, por esta sublime contemplação, não percebe mais do que uma ciência: a do Belo".

Estavam findas as provas de iniciação. O iniciado dirigia-se então para o Altar dos Holocaustos, onde o Sacrificador lhe imprime a Fogo, sobre o coração, o emblema dos Cavaleiro do Templo. ...Foi nessa intervenção indébita de Roma que influiu poderosamente para que a "Divina Comédia" de Dante Alighieri fosse o que realmente é- uma alegoria metafísico-esotérica onde se retratam as provas iniciáticas dos Templários em relação à imortalidade. Na DIVINA COMÉDIA cada Céu representa um Grau de iniciação Templário.

Em contraste com o Inferno, que significa o mundo profano, o verdadeiro Purgatório onde devem lapidar-se as imperfeições humanas, vem o Último Céu a que só ascendem os espíritos não maculados pela maldade, isentos de paixões mesquinhas, dedicados à obra do Amor, da Beleza e da Bondade. Élá o zênite da Inteligência e do Amor. A doutrína Iniciática da Ordem do Templo compreende a síntese de todas as tradições iniciáticas, gnósticas, pitagóricas, árabes, hindus, cabires, onde perpassam, numa visão Cosmorâmica todos os símbolos dos Grandes e Pequenos mistérios e das Ciências Herméticas: A Cruz e a Rosa, o Ovo e a Águia, as Artes e as Ciências, sobretudo a Cruz, que para os Templários, assim como para os Maçons seus verdadeiros sucessores, era o símbolo da redenção humana.

Dante Alighieri e sua Grande Obra: A Divina Comédia, foi o cronista literário da Ordem dos Cavaleiros do Templo. Os Templários receberam da Ordem do Santo Graal o esquema iniciático e a base esotérica que serviu de base para seu sistema gnóstico. Pois o que era a Cavalaria Oculta de Santo Graal senão um sistema legitimamente Maçônico ainda mal definido, mas já adaptado aos princípios da Universalização da Fraternidade Humana? O Santo Graal significava a taça de que serviu Jesus Cristo na ceia com os discípulos, e na qual Joséde Arimathéa teria aparado o sangue que jorrava da ferida de Cristo produzida pela lança do centurião romano. Era a Taça Sagrada que figurava em todas as cerimônias iniciáticas das antigas Ordens de Cavaleiros que possuiam graus e símbolos misteriosos, e que a Maçonaria moderna incorporou em seus ritos, por ser fatal aos perjuros. Os Templários adotavam-na na iniciação dos Adeptos e dos Cavaleiros do Oriente, mas ela já aparece nas lendas do Rei Arthur, nos romances dos Cavaleiros da Távola Redonda, que eram de origem céltica, e que a própria Igreja Católica a introduziu no ritual do cálice que serve no sacrifício da missa.

No Grau de Cavaleiro do Oriente,os Templários figuram um herói: Titurel, Cavaleiro da Távola Redonda, que desejando construir um Templo onde depositar o Cálice Sagrado, engcarregara da construção o profeta Merlin, que idealizou um labirintocomposto de doze salas ligadas por um sistema de corredores que se cruzavam e recruzavam, como no labirinto de Creta onde o Rei Minos escondia o Minotauro(Mit.Grega).

O Postulante Templário tinha de entrar em todas as salas, uma só vez, para receber a palavra de passe, e só no fim dessa viagem podia ascender ao grau que buscava. Mas se em Creta, Theseu tivera o fio de ouro de Ariadne, para chegar ao Minotauro, no Templo dos Cavaleiros do Oriente, o candidato apenas podia se orientar por uma chave criptográfica composta de oitenta e uma combinações (9x9) o que demandava muito esforço de raciocínio e profundos conhecimentos em matemática.

A Ciência dos Números tinha para os Templários um significado profundo. Os Grandes Iniciados, comos os Filósofos do Oriente, descobriram os mais íntimos segredos da natureza por meio dos números, que consideravam agradáveis aos Deuses. Mas tinha grande aversão aos números pares.

O Grande Alquimista Paracelso dizia que os números continham a razão de todas as coisas. Eles estavam na voz, na Alma, na razão, nas proporções e nas coisas divinas. A Ordem dos Cavaleiros do Templo, cultuava a Ciência dos Números no Grau de Cavaleiro do Oriente, ensinando que a Filosofia Hermética contava com TRÊS mundos: o elementar, o celeste e o intelectual. Que no Universo havia o espaço, a matéria e o movimento. Que a medida do tempo era o passado, o presente e o futuro; e que a natureza dispunha de três reinos: animal, vegetal e mineral; que o homem dispunha de três poderes harmônicos: o gênio, a memória e a vontade. Que o Universo operava sobre a eternidade e a imensidade movida pela onipotência.

A sua concepção em relação à Deus, o Grande Arquiteto do Universo, era Sabedoria, Força e Beleza. A Maçonaria criou uma expressão própria para os Altos Graus: Sabedoria, Estabilidade e Poder. Tudo isto provinha do Santo Graal, a que os Templários juntavam que, em política, a grndeza e a duração e a prosperidade das nações se baseavam em três pontos primordiais: Justiça dos Governos, Sabedoria das Leis e Pureza dos Costumes. Era nisso que consistia a arte de governar os povos. As oitenta e uma combinações que levavam o candidato ao Templo de Cavaleiro do Oriente tinha por base o sagrado numero Três, sagrado em todas as corporações de carater iniciático.

O Triângulo encontrado no Templo de Salomão era uma figura geométrica constituída pela junção de Três linhas e a letra YOD no centro significava a sua origem divina. Todas as grandes religiões também têm como número sagrado o Três. A Católica, exprimindo-o nas pessoas da Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo) nos dias que Cristo passou no sepulcro, nos Reis Magos, e nas vezes que São Pedro negou o mestre. Nos Grandes Mistérios Egípcios, temos a Grande Trindade formada por Ísis, Osíris e Hórus. Entre os Hindus temos a Trimurti, constituída de Brahama, Shiva e Vishnu personificando a Criação, a Conservação e a Destruição. Em todas elas, como no racionalismo, nós encontramos como elementos vitais a Terra, a Água e o Sol.

Foi, portanto, baseada nas grandes Religiões e no Gnosticismo dos Templários, que por sua vez se inspirou no da Cavalaria Oculta do Santo Graal, que a Maçonaria adotou como símbolo numerológico de vários graus o número três, que se vai se multiplicando na vida maçônica dos iniciados atéa conquista da Sabedoria, da Força e da Beleza. ...Os Graus na Ordem do Templo eram Sete, como o éna Maçonaria Moderna Universal. Este número era também, junto com o Três, estremamente sagrado para os antigos.

Era considerado o Número dos Números. Ele representava os Sete Gênios que assistiam o Grande Mitra, Deus dos Persas, e figurava igualmente os Sete pilotos de Osíris. Os Egípcios o consideravam o símbolo da Vida. Haviam Sete Planetas e são Sete as fases da Lua.

Sete foram os casais encerrados na arca de Noé, que parou sete meses depois do dilúvio, e a pomba enviada por Noésó recolheu depois de sete dias de ausência. Foram sete as pragas que assolaram o Egito e o povo hebraico chorou sete sias a morte de Jacob, a quem Esaú saudara por sete vezes. A Igrja Católica reconhece Sete pecados capitais e instituiu os sete sacramentos. Para os muçulmanos existem sete céus. Deus descansou ao sétimo dia da criação. Sete eram as Ciências que os Templários transmitiam nos sete graus iniciáticos: A Gramática, a Retórica, a Lógica, a Aritmética, a Geometria , a Música e a Astronomia. Sete eram também os Sabios da Grécia. Apollo nasceu no dia sete do mes sete e sete era seu número sagrado. ...

Harmonizando todas as Doutrinas, os Templários fugiam ao sentido fúnebre e superficial do catolicismo para se refugiarem em outros mistérios que entoavam Hinos à Vida. O argumento para a iniciação dos Intendentes da Caverna Sagrada foram buscá-lo à velha Frígia , Grécia, aos Mistérios dos Sabázios. Para os Gregos, Demeter (ou Ceres para os romanos) deu à luz a Perséfone, a quem Zeus (ou Júpiter) viola, e para isso se transforma em serpente. O Deus, atravessando o seio é a fórmula usada nos mistérios dos Sabázios: assim se chama a serpente que escorrega entre os vestígios dos iniciados como para lembrar a impudicícia de Zeus. Perséfone dá a Luz a um filho com face de touro. O culto dos Sabázios que servia de tema às iniciações Templárias de Quinto Grau, impressionara o gênio grego mas era um intruso em sua religião, e contra ele se levantaram Aristóphanes e Plutarco.

Era um Culto Orgíaco, mas não era disso que se queixavam os gregos, que também tinham o culto de Cybele e arvoravam em divindades as suas formosas hetairas (prostitutas sagradas do Templo) como o demonstra no túmulo da hetaira Tryphera: "Aqui jaz o corpo delicado de Tryphera, pequena borboleta, flor das voluptuosas hetairas, que brilhava no santuário de Cybele, e nas suas festas ruidosas, suas falas e gestos eram cheios de encantos".

A iniciação dos Intendentes da Caverna Sagrada realizava-se no mês de Maio, o mês das flores, com o Templo dedicado à natureza, porque o Quinto Grau de Iniciação Templária era um hino à renovação periódica da vida, dentro do Princípio Alquímico que admitia a Transmutação das substâncias e a renovação das células por um sistema circular periódico, vivificante, em que tudo volta ao ponto de partida, OUROBOROS. O Grande Pontífice da Montanha Sagrada encarnava o papel do Sabázio, o Deus Frígio que figurava as forças da natureza e as movia no sentido da renovação e da regeneração humana. A seus pés, de aspecto ameaçador estava a Serpente Sagrada, símbolo da regeneração e renovação pela mudança periódica de pele. À esquerda, coroada de flores e folhas verdes, cabelos soltos saindo de um emblema de estrelas, tendo ao peito nu, uma trança de papoulas, símbolo da fecundidade, nas orelhas brincos de três rubis e no braço esquerdo arqueado, o crivo místico das festividades de Elêusis, que três serpentes aladas acariciavam, a Grande Estátua de Deméter, personificação da Terra, e das forças produtoras da natureza.

À direita, envergando uma cumprida túnica, severa e majestosa, Hera (ou Juno) a imponente Deusa do Olimpo, Esposa de Zeus, estende aos postulantes a taça do vinho celeste que contém em si o espírito da força indomável dosado com a reflexão e com a temperança. As provas, neste Grau, dirigiam-se no sentido da imortalidade da alma, e também no rejuvenescimento físico. Deméter estendia a sua graça sobre o gênero humano para que os iniciados compreendessem que as forças da natureza reuniam a própria essência da Divindade.

Eram elas que impulsionaram a vida, que renovavam as substâncias nos ciclos mais críticos e que podiam levar o homem à Imortalidade. Hera velava do Olímpo e Sabázio conduzia o fogo sagrado. Apenas os profundamente convictos, isentos de dúvidas e fortes em sua crença de que acima da natureza só existia a própria natureza evoluída é que recebiam a consagração da investidura do Grau. "A natureza mortal procura o quanto pode para se tornar imortal. Não há, porém, outro processo senão o do renascimento que substitui um novo indivíduo a um individuo acabado." "Com efeito, apesar de dizer do homem que vive do nascimento até a morte, e que é o mesmo durante a vida , a verdade é que não o é, nem se conserva no mesmo estado, nem o compõe a mesma matéria." "Morre e nasce sem cessar, nos cabelos, na carne, nos ossos, no sangue, numa palavra: em todo seu corpo e ainda em sua alma." "Hábitos, opiniões, costumes, desejos, prazeres, jamais se conservam os mesmos. Nascem e morrem continuamente. "Assim se conservam os seres mortais. Não são constantemente os mesmos, com os os seres divinos e imortais. E aquele que acaba, deixa em seu lugar um outro semelhante." "Todos os mortais participam da imortalidade, no corpo e em tudo o mais.

FONTE: clique aqui

domingo, 29 de agosto de 2010

SER OU NÃO NECESSÁRIO

[sol.bmp]


Dentre os muitos seguidores do Alter Rebe havia um devoto chassid, que vivia na cidade de Shklov. Era um próspero mercador, respeitado na comunidade e estimado por todos os chassidim. Costumava viajar a Liozna várias vezes durante o ano para escutar as inspiradoras palestras e ensinamentos do Alter Rebe. Nestas ocasiões, sempre levava consigo grandes somas de dinheiro para ajudar as obras de caridade do Rebe. Isso lhe dava uma sensação especialmente agradável. No geral, podia-se dizer que era um homem satisfeito consigo mesmo.

Então, certo dia, a roda da fortuna fez um movimento descendente. Seus negócios começaram a ir de mal a pior, e sua fortuna despencou rapidamente. Não demorou muito e ficou pobre, com vultosas dívidas. Profundamente amargurado, procurou o Rebe e abriu seu coração a ele.

"Rebe, estou arruinado" – lamentou. "Vejo-me pressionado pela necessidade. Preciso de dinheiro para pagar meus credores; preciso de dinheiro para casar minhas filhas, às quais prometi belos dotes quando as coisas pareciam brilhantes; preciso de dinheiro para levar adiante meus negócios. Minha saúde não vai muito bem, e preciso de uma bênção para isso, também. De repente, tenho tantos problemas que simplesmente não sei o que fazer!"

O Alter Rebe, que ouvira gentilmente em silêncio ao lamento do chassid, ergueu a cabeça e olhou diretamente nos olhos do infeliz. Então disse-lhe lentamente, entoando cada palavra, como era seu costume:

"Está muito preocupado com suas necessidades; já pensou para que você poderia ser necessário, e o que é necessário de você?"

Ao ouvir estas palavras do Rebe, o chassid quase desmaiou, e teve de ser ajudado para deixar o
aposento. Precisou de algum tempo para superar o tremendo choque. Quando se recobrou, começou a ponderar as palavras do Rebe, que ainda repercutiam em seus ouvidos. Agora que conseguia pensar com mais calma, ficou claro para ele que as palavras do Rebe não eram uma severa reprimenda. Eram obviamente palavras de conselho e orientação. Cabia a ele entender a mensagem e seguir as instruções, e isso certamente o faria sair das dificuldades em que se encontrava.

Pensando bem, tinha de admitir que estivera muito envolvido consigo mesmo e seus assuntos, e quando as coisas começaram a dar errado, tinha se preocupado com suas necessidades, e as de sua família. Mas seria só esse o propósito de um judeu, preocupar-se consigo e sua família?
"Se eu tivesse considerado seriamente a questão: 'Quem precisa de mim neste mundo, e para que sou necessário?' repetia ele a pergunta do Rebe.

"Bem, suponhamos que eu me faça esta pergunta: qual será a resposta?"

Então lhe ocorreu que, na verdade, ouvira mais de uma vez o Rebe falar sobre o objetivo de um judeu na vida. O Rebe tinha citado os Sábios: "Fui criado para servir a meu Amo." E como um judeu serve a D'us, seu Amo? Saltando do telhado? Plantando bananeira? Fazendo algo de espetacular? Nada disso. `

Tudo que D'us exige de um judeu é simplesmente que ele viva sua vida diária segundo a maneira que Ele estabeleceu em Sua Torá: recitar as preces todos os dias, estudar Torá diariamente, cumprir Suas mitsvot e de maneira geral ter D'us na mente, com temor e amor a D'us no coração.
Ora, você poderia perguntar, temer a D'us pode ser fácil, mas como se chega a amar a D'us , principalmente quando as coisas não parecem caminhar da maneira que se gostaria?

Bem, o Alter Rebe explicou também este ponto, e de várias maneiras. Mas um que o chassid lembrava especialmente era: "Ama teu próximo como a ti mesmo" (v'eahavta lere'acha kamocha) é
a chave para "Ama a D'us , o teu D'us " (v'ehavta es Hashem Elokecha).

"Então foi aí que eu falhei" – refletiu consigo mesmo o chassid. "Rezei e estudei Torá todos os dias, e cumpri todas as mitsvot diárias. Mas a maior mitsvá, v'eahavta lere'acha kamocha, foi meu ponto fraco. Amar alguém como amo a mim mesmo significa que devo me preocupar pelas suas necessidades com a mesma ansiedade e urgência que sinto pelas minhas próprias, e as de minhas família. Mas foi isso o que eu fiz?…"

O chassid refletiu sobre este ponto muitas e muitas vezes, e ficou repleto de remorso e vergonha. "Ó D'us " – clamou ele – "perdoa-me por pensar naquilo que Tu deves fazer para mim, em vez daquilo que eu devo fazer para Ti!"

Ficou grato ao Rebe por abrir-lhe os olhos para a verdade, e resolveu com todo seu coração que dali em diante as palavras do Rebe seriam uma luz a guiar a sua vida. Mais tarde naquela noite, depois que o Alter Rebe tinha recebido todas as pessoas que estavam ali para visitá-lo, mandou chamar o chassid, e disse-lhe:

"Agora que você viu a luz e conhece a verdade, volte para casa com o coração mais leve, pois pode ter certeza de que D'us não o abandonará. Quando você preencher as necessidades dos outros, D'us certamente preencherá as suas, e o abençoará com Hatzlachá, (sorte) tanto material quanto espiritualmente."

Era um outro homem quando chegou em casa. Não se preocupava mais com suas necessidades, e começou a interessar-se pessoalmente pelos outros que, como logo descobriu, tinham necessidades ainda maiores que as suas.

Em pouco tempo, seus negócios melhoraram, e em seu devido tempo, ele se viu numa situação ainda melhor que a de antes. Porém, ao ver as bênçãos de D'us retornando à sua vida, tornou-se ainda mais humilde e disposto a servir a D'us com todo seu coração e sua alma.

Fonte:  http://www.chabad.org.br/biblioteca/historias/hist54.html 


Adendo: para os judeus o nome de Deus é impronunciável. Por isto está grafado neste artigo como  D'us.
Vide: http://www.yohanan.com.br/curiosidades/os_nomes_de_deus.htm 

terça-feira, 24 de agosto de 2010

LIVROS APÓCRIFOS

A palavra Apócrifo vem do grego Apokryphos e significa oculto ou não autêntico. Mas este termo é usado, principalmente para designar os documentos do início da era Cristã, que abordam também a vida e os ensinamentos de Jesus, mas não foram inclusos na Bíblia Sagrada por serem considerados ilegítimos.
A origem dos Livros Apócrifos (também chamados de Livros Gnósticos; do grego Gnosis, que significa Conhecimento) nos remete ao ano 367 d.C. Por ordem do Bispo Atanásio de Alexandria, que seguia a resolução do Concílio de Nicéia ocorrido em 325 d.C, foram destruídos inúmeros apocrifos01 Apócrifos   Livros Gnósticos   Gnosemanuscritos dos primórdios do Cristianismo. Esses documentos eram supostamente fantasiosos e deturpavam as bases da doutrina Católica que se estabelecia naquele momento. Porém, cientes da importância histórica destes papiros originais, os Monges estabelecidos à margem do rio Nilo, optaram por não destruí-los. Ao contrário, guardaram os códices de papiros dentro de urnas de argila e as enterraram na base de um penhasco chamado Djebel El-Tarif. Ali ficaram esquecidos e protegidos por mais de 1500 anos.
Em 1945, Mohammed Ali Es-Samman e seus irmãos, residentes na aldeia de El-Kasr, estavam brincando próximos ao penhasco, quando encontraram as urnas escondidas durante séculos. Pensando que se tratava de ouro, acabaram quebrando uma das urnas, mas só encontraram 13 códices com mais de 1000 páginas de papiro. Decepcionados, levaram para casa, e sua mãe chegou a usar alguns papiros para acender o fogo.
Em 1952, o museu Copta do Cairo recebeu os manuscritos para sua guarda. Faltavam algumas páginas e um códice fora vendido pela família de Mohammed para o Instituto Jung, de Zurique. Esses códices passaram a ser chamados Bíblia de Nag Hammadi, localidade onde fora encontrado os manuscritos. Antes desta descoberta, só se conheciam os textos Gnósticos pelas citações de outros autores. Dos 53 textos encontrados, 40 eram totalmente desconhecidos da comunidade científica. Estes Manuscritos foram redigidos em Copta, antiga língua egípcia, que utilizava caracteres gregos.
apocrifos02 Apócrifos   Livros Gnósticos   GnoseEm 1947, dois pastores descobriram em uma gruta próxima ao Mar Morto, fragmentos e rolos escritos em hebraico. Logo se percebeu a grandiosidade desta descoberta. Havia textos condizentes com a Bíblia e outros textos apócrifos. A partir de então, outras grutas foram sendo encontradas, contendo muito material em grande parte identificado como sendo do Antigo Testamento. Até este momento, todas as grutas encontradas continham material escrito em hebraico e aramaico. Porém, em 1955 foi descoberta uma gruta que continha papiros e jarros com escrita em grego. Comprovou-se que se tratavam dos mais antigos manuscritos já descobertos pelo homem, datados de tempos anteriores aos dias de Cristo.
Um dos rolos, o mais conservado, apresenta uma cópia do Livro de Isaías que, ao ser comparado com as cópias modernas, trouxe a certeza de que não houve nesses dois milênios, nenhuma alteração de sua mensagem profética. Encontra-se também O Manuscrito de Lameque, conhecido como O Apócrifo de Gênesis, que apresenta um relato ampliado do Gênesis. Há ainda A Regra da Guerra, que narra a grande batalha final entre os filhos da luz e os filhos das trevas; sendo os descendentes das tribos de Levi, Judá e Benjamim, retratados como os filhos da luz, e os Edomitas, Moabitas, Amonitas, Filisteus e Gregos, representados como os filhos das trevas.
apocrifos03 Apócrifos   Livros Gnósticos   GnoseDois anos após a primeira descoberta, foram encontradas as ruínas do Mosteiro de Khirbet Qumran, uma propriedade dos Essênios. Onde provavelmente teriam sido confeccionadas as cópias das Sagradas Escrituras. Com certeza, pelo mesmo motivo que os monges de Nag Hammadi enterraram os códices dos Evangelhos Apócrifos, os essênios esconderam nas grutas de Qumran, no Mar Morto.
Como vimos, foi através dessas descobertas que atualmente temos acesso a esses livros Apócrifos que deveriam, de acordo com a Igreja Católica, ter sido destruídos há muitos séculos.
Não sabemos exatamente qual o critério usado pela Igreja para designar os livros que eram apócrifos ou canônicos (do grego Kanón – catálogo de Livros Sagrados admitidos pela Igreja Católica). Mas provavelmente, era apenas uma conveniência daquela época. O mais interessante, é que a própria Igreja Católica reconhece que muitos desses textos foram escritos por autores sagrados. E por que então não reconhecê-los como canônicos? E por que tais textos foram perseguidos e condenados durante séculos?
Atualmente, a Igreja Católica reconhece como parte da tradição os Evangelhos Apócrifos de Tiago, Matheus, O Livro sobre a Natividade de Maria, o Evangelho de Pedro e o Armênio e Árabe da Infância de Jesus. Mas a maioria dos livros não é reconhecida. Ao todo são 112 livros, 52 referentes ao Antigo Testamento e 60 em relação ao Novo Testamento. Dentre eles estão Evangelhos (como o de Maria Madalena, Tomé e Filipe), Atos (como o de Pedro e Pilatos), Epístolas (como a de Pedro à Filipe e a Terceira Epístola aos Coríntios) e Apocalipses (como de Tiago, João e Pedro) Testamentos (como de Abraão, Isaac e Jacó). Além de A Filha de Pedro, Descida de Cristo aos Infernos, etc.
Diante de tudo isso, é difícil compreender como é possível um livro considerado sagrado, ser além de escrito, formulado pelos homens conforme suas idéias retrógradas e conveniências políticas e sociais. É apenas mais um motivo para se contestar a Antiga Igreja Católica, já tão bem conhecida pela sua “Autoridade Divina”.


Apócrifos – Livros Gnósticos – Gnose _ Illuminati - Tiles Experts


segunda-feira, 23 de agosto de 2010

LER A BÍBLIA

  Frequentemente , procuramos em obras grandiosas e famosas, com nomes pomposos e autores pseudamente sábios, orientação  para os nossos problemas e vicissitudes diários.

  Mas já paramos para pensar que muitas das soluções que procuramos podem estar na Bíblia, sob forma velada e concisa?

  O maior cego “é aquele que não quer enxergar”. 

  A Bíblia, certamente, nos ensina a ver. Basta que coloquemos os “óculos” adequados.

  Abaixo, segue um exemplo desse tipo leitura, para meditação.

 

Salmos, 32   (BÍBLIA CNBB)

1.capela
[ Poema de Davi. ] Feliz aquele cuja culpa foi cancelada e cujo pecado foi perdoado.

2.
Feliz o homem a quem o SENHOR não atribui nenhum delito e em cujo espírito não há falsidade.

3.
§ Enquanto eu me calava, meus ossos se consumiam, eu gemia o dia inteiro.

4.
Pois dia e noite sobre mim pesava a tua mão, como pelo calor do verão ia secando o meu vigor.

5.
§ Revelei-te o meu pecado, o meu erro não escondi. Eu disse: “Confessarei ao SENHOR as minhas culpas”, e tu perdoaste a malícia do meu pecado.

6.
§ Por isso a ti suplica todo fiel no tempo da angústia. Quando irrompem grandes águas não o poderão atingir.

7.
Tu és meu refúgio, me preservas do perigo, me envolves no júbilo da salvação.

8.
§ “Eu te farei sábio, eu te indicarei o caminho a seguir; com os olhos sobre ti, te darei conselho.

9.
Não sejas como o cavalo ou o jumento sem inteligência; se avanças para dominá-los com freio e rédea, de ti não se aproximam.”

10.
§ Serão muitas as dores do ímpio, mas a graça envolve quem confia no SENHOR.

11.
Alegrai-vos no SENHOR e exultai, ó justos, jubilai, vós todos, retos de coração.

 

triticale

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

UM MINUTO

Um minuto serve para você sorrir: sorrir para o outro, para você e para a vida.
Um minuto serve para você ver o caminho, olhar a flor, sentir o cheiro da flor, sentir a grama molhada, notar a transparência da água.

Basta um minuto para você avaliar a imensidão do infinito, mesmo sem poder entendê-lo.

Em um minuto apenas você ouve o som dos pássaros que não voltam mais.

Um minuto serve para você ouvir o silêncio, ou começar uma canção.

É num minuto que você dirá o "sim" que modificará toda a sua vida... E basta.

Basta um minuto para você apertar a mão de alguém e conquistar um novo amigo.

Em um minuto você pode sentir a responsabilidade pesar em seus ombros: a tristeza da derrota, a amargura da incerteza, o gelo da solidão, a ansiedade da espera, a marca da decepção e a alegria da vitória...

Quanta vitória se decide num simples momento, num simples minuto!

Num minuto você pode amar, buscar, compartilhar, perdoar, esperar, crer, vencer e ser.

Num simples minuto você pode salvar a sua vida.

Num pequeno minuto você pode incentivar alguém ou desanimá-lo!

Basta um minuto para você recomeçar a reconstrução de um lar ou de uma vida.

Basta um minuto de atenção para você fazer feliz um filho, um aluno, um professor, um semelhante.

Basta um minuto para você entender que a eternidade é feita de minutos, mas apenas de todos os minutos bem aproveitados!

http://www.diabetenet.com.br

terça-feira, 10 de agosto de 2010

REFLEXÕES SOBRE A DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO




Estimados Leitores, 
                Com certeza é muito difícil falar, dissertar sobre um ponto de vista suficientemente condensado na forma de um pensamento, um poema, um trecho de um livro. Às vezes explicar o que já explicável.
                No entanto, a inspiração encoraja-nos a tentar expor nosso ponto de vista sobre um determinado assunto.
                Em nosso caso, agora, gostaríamos de chamar a atenção do leitor sobre um trecho da Bíblia Cristã, 2º Livro de Crônicas, Capítulo 7, Versículos de 1 a 3 (B.C., 2Cr 7, 1-3).
                Assim, a título de esclarecimento, baseamo-nos na “Bíblia Sagrada” publicada pela CNBB, 7ª Edição, 2008. Entretanto, a “Bíblia Sagrada” editada pela Sociedade Bíblica do Brasil, ano 1969 e recentes (tradução de João Ferreira de Almeida), diz-nos as mesmas coisas, com pequenas diferenças. Certamente existem outras impressões de Editoras diferentes, que conduzem ao mesmo fim.
                O Conhecimento não é sectário, mas universal!
 
O FOGO, ou O ESPÍRITO SANTO.
 Salomão, para o povo judeu e  grande parte da cristandade, constitui, provavelmente, o maior personagem da Bíblia, superando, talvez, seu próprio pai David.
Sua grande obra, a construção do Templo, perpetuou-se até a derrocada de seu povo ante o Império Romano.
No entanto, existe um Templo que subsistiu e perdura até hoje: o Templo da Alma, não no seu aspecto físico, que é o nosso corpo, mas no aspecto espiritual e imortal.
                               “Quando Salomão terminou a oração, desceu do céu o fogo, que devorou o holocausto e os sacrifícios, e a glória do SENHOR encheu o Templo” (2Cr 7,1).
                               Salomão orou aos céus, para que o “fogo” o ‘incendiasse” e o iluminasse. Talvez tenhamos aqui uma analogia, uma similaridade com a descida do Espírito Santo, descrita em Atos dos Apóstolos: “De repente veio do céu um ruído como de um vento forte, que encheu toda a casa em que se encontravam. Então apareceram línguas como de fogo, que se repartiram e pousaram sobre cada um deles. Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia expressar-se” (At 2, 2-4).
                               Em sua magnífica obra, A VIDA MÍSTICA DE JESUS, o Dr. Harvey Spencer Lewis, primeiro Imperator da Ordem Rosacruz – AMORC, também faz menção sobre essa “descida do Espírito Santo”.
                               Aí, nessas analogias que comentamos, reside – a nosso ver – a Chave da Sabedoria de Salomão, ou seja: ele anuiu que “o FOGO o devorasse”, permitindo que a “a glória do SENHOR” enchesse o seu Templo, sua Alma, com o poder do discernimento, de compreender os frutos da Árvore do Bem e do Mal. Salomão, certamente, soube fazer, por inspiração Divina, a compreensão, a faculdade de perceber, de compreender.
                               Esse poder, subitamente recebido (mas não por acaso), fez com que “os sacerdotes não pudessem entrar na Casa do SENHOR, pois  glória do SENHOR a enchia” ( 2Cr 7,2). A Glória ou a Luz era tão intensa, que não permitiu que os sacerdotes a entendessem.
                               E, continuando o trecho bíblico, “todos os israelitas, à vista do fogo descendo da glória do SENHOR sobre o Templo, ajoelharam-se com o rosto em terra, sobre o pavimento, adorando e louvando o SENHOR; ‘Sim, Ele é bom, Eterno é Seu amor’ ” (2Cr 7,3).
                               Na verdade, eles ficaram em estado de Êxtase, diante da magnificência do Poder Divino. E esse Poder poderá ser – e é – nosso, desde que estejamos preparados, em atitude mental de meditação, contemplação e oração.
                               Tenhamos sempre em mente que nós somos o próprio Deus. Em todos, individualmente, existe uma centelha da Chama Divina, que, embora individualmente, faz parte de um Todo maior, ou o Cósmico.
                               Deixamos a cargo do leitor, suas concordâncias, discordâncias e acréscimos.

Sincera e Fraternalmente,


mysticum.studiosus@gmail.com
Msn: mysticum.studiosus@hotmail.com
orkut: MYSTICUM & STUDIOSUS

terça-feira, 3 de agosto de 2010



Quando Aarão foi instalado como Grão-Mestre do Oriente dos Filhos de 
Israel,  Moisés  mandou  que  para  ele se fizesse umas alfaias, que se 
penduravam  em  seus  ombros  e  desciam  até  a altura dos seus rins 
com os dizeres “‘DOUTRINA E VERDADE”, pois aquela era a divisa que
aquela Fraternidade iria propagar pelo mundo.(1) 
As  alfaias  foram  instituídas  como  substitutas  dos  ídolos, que eram 
proibidos   pela   tradição   hebraica.   Segundo  a  tradição,  Jeová  não 
queria  intermediários  entre  Ele  e  o  seu povo.  Por isso Ele baniu os
ídolos  (terafins), mas   permitiu  o uso dos tumins e os urins, que eram 
jóias e adereços contendo proposições escritas que demonstravam os 
propósitos buscados pela Irmandade de Israel.(2) 

E  Moisés consagrou o Tabernáculo na forma como o Grande Arquiteto 
do  Universo  havia  ordenado, santificando depois a Aarão, espargindo 
sobre a  sua  cabeça o óleo precioso que escorreu para suas barbas e 
molhou as orlas do seu vestido.
Segundo o salmo 133 (132), o óleo desce do alto da cabeça de Aarão e para 
a orla dos seus vestidos. Esse simbolismo tem uma correspondência 
muito significativa nos ensinamentos da Cabala. De acordo com essa 
tradição,  a  barba  é  o influxo que nasce na primeira Séfora e percorre 
toda  a Árvore da Vida unificando a totalidade das realidades existentes 
no universo.
(Árvore  Sefirótica  significa  o  Cosmo  como  realidade  macro  e o seu 
reflexo no homem como realidade micro). (2)
A   palavra   barba,   em   hebraico,   (Hachad)   significa   unidade, e por 
aplicação da técnica da gematria essa palavra é igual a 13. A=1, CH=8, 
d=4. Esses valores correspondem às partes da barba do Macroprosopo
(O  Arquétipo  Celeste,  imagem  do  Grande Arquiteto do Universo), cuja 
proporção  numérica  e geométrica (o homem vitruviano) deu origem ao 
modelo do homem da terra. 
Assim, o Salmo 133(132),  na verdade,  é um simbolismo que tem origem no 
esoterismo da tradição hebraica, e a Maçonaria, ao adotá-lo na abertura 
de suas Lojas  simbólicas  não  está  apenas  contemplando  a idéia da
Fraternidade  pura  e  simples,  mas  realizando  o  objetivo  cósmico  de 
integração total de todas as emanações de Deus. (3)
Esse ato tornou-se parte dos rituais desde então e sobre ele se cantaram 
salmos e se compuseram hinos que até os dias de hoje se repetem na 
abertura dos trabalhos das Lojas maçônicas. 
________________________________________
__________________________

 (1) Razão pela qual muitas Lojas maçônicas mantém a tradição de adotar nomes
que lembram divisas, tais como “Trabalho e Justiça”, “União e Caridade”,
“Sabedoria e Arte”,“ Perseverança e Virtude”, etc..

(2) Urins e Tumins são representações de ídolos, ou amuletos que segundo a
tradição esotérica possuem poderes mágicos. A tradição israelita proibia a consulta
a ídolos e a posse de urins e tumins, mas mesmo com essa proibição sempre havia,
em Israel, quem os consultasse. Famosos personagens bíblicos como Rebeca,
esposa de Jacó, e o próprio Rei Davi não foram infensos a essas práticas.

(3) Porque essa, além da interpretação esotérica dada pelos cabalistas à barba - que
é a manifestação da primeira séfora (Kether, a Coroa) que se derrama pelo resto do
corpo, (Árvore Sefirótica), o salmo 132 também consagra a União fraternal dos
Irmãos em Loja.


(DO LIVRO cONSTRUTORES DO UNIVERSO, NO PRELO PARA PUBLICAÇÃO).
JOÃO ANATALINO
Publicado no Recanto das Letras em 28/03/2010
Código do texto: T2164551